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Novo patrocinador do Palmeiras, com aporte de pelo menos R$ 75 milhões, o grupo Fictor inclui uma empresa, na área de investimentos, a Fictor Invest, que tem o agenciamento de jogadores como um de seus objetos sociais, conforme documentos da Receita Federal e da Junta Comercial de São Paulo. A empresa, porém, se apresenta no mercado como uma companhia focada no ramo de alimentos e serviços financeiros.
A Fictor Invest é o novo nome (mas com o mesmo CNPJ) de uma empresa que se estabeleceu ao longo dos anos como empresa de agenciamento de jogadores de futebol, a One Off Investment. Essa mudança ocorreu em agosto de 2022. A Fictor segue listando, entre seus objetos sociais, o “agenciamento de profissionais para atividades esportivas”.
O fundador da One Off e que, neste ano, finalizou a transferência de 100% de suas cotas na empresa, no total de R$ 32 milhões, para Rafael Gois, fundador do grupo Fictor, é Luiz Phillippe Rubini, de 38 anos. Ele é o diretor que representou a Fictor na entrevista de apresentação do patrocínio com o Palmeiras.
Rubini construiu sua carreira como empresário de jogadores. Em 2011, por exemplo, ele tinha um contrato de representação, por meio da One Off, com o jogador William, que depois se destacou no futebol inglês e chegou à seleção brasileira. Ele chegou a receber pelo menos R$ 100 mil com a missão de conseguir emplacar William na seleção. O contrato chegou a ser exibido na imprensa, e o próprio Rubini admitiu, na ocasião, que recebeu o pagamento, mas que repassou o valor para outro empresário. Também foi Rubini quem, em 2012, indicou que poderia colocar Ronaldinho Gaúcho no Palmeiras, como representante de um fundo de investimentos baseado em Dubai.
A relação da Fictor e de Rubini, pessoalmente, com a atividade de agenciamento foi omitida pela empresa, e também pelo clube, no anúncio de parceria para estampar a marca da Fictor nas costas da camisa dos times masculino e feminino profissionais, além de figurar como patrocinadora master da equipe sub-20 do Palmeiras. O contrato acertado com a empresa é de R$ 75 milhões fixos, divididos por três temporadas. Com o atingimento de determinadas metas, o patrocínio pode chegar a até R$ 90 milhões.
A empresa não faz qualquer referência em seu site ou materiais institucionais em relação a essa atividade de agenciamento e mesmo na de produção de eventos esportivos. Na entrevista coletiva em que o patrocínio foi anunciado, Rubini afirmou que “a gente é uma empresa que atua no setor de alimentos, infraestrutura e serviços financeiros”. O diretor da Fictor tampouco mencionou seu histórico no mundo do futebol, como empresário de jogadores.
(Atualização às 19h31: A assessoria do Palmeiras entrou em contato para dizer que "o contrato de patrocínio celebrado com a Fictor Holding S.A (Grupo Fictor) se restringe à exposição da marca da holding" e que "não há qualquer relação de outra natureza entre as partes".)