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O presidente da Argentina, Javier Milei, acaba de ser incluído na lista da revista Time dos líderes mais influentes do mundo em 2025, e seus críticos imediatamente minimizaram a notícia.
Alguns economistas já estão prevendo um possível “milagre econômico” na Argentina.
Os governos peronistas destruíram a economia argentina aumentando massivamente gastos públicos, regulamentações governamentais e (da mesma forma que o presidente Trump está fazendo tolamente nos Estados Unidos) tarifas sobre importações.
Eles transformaram a Argentina de uma das nações mais ricas do mundo no início do século XX em um país economicamente isolado e cada vez mais pobre.
Desde que assumiu a presidência, em dezembro de 2023, Milei reduziu a inflação de quase 300% no início de 2024 para 67% em fevereiro deste ano. A pobreza caiu de 53% da população no primeiro semestre do ano passado para 38% no segundo semestre.
E a economia argentina crescerá saudáveis 5% este ano, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
“O que Milei está fazendo não tem paralelo nos mercados emergentes”, disse-me Alejandro Werner, diretor do Instituto das Américas da Universidade de Georgetown e ex-diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI.
“O compromisso da Milei com uma gestão macroeconômica ortodoxa é o mais forte que vimos na América Latina em muito tempo”, disse-me Werner. “Não vemos ninguém tão comprometido com desregulamentação, redução de intervenção governamental e liberalização do setor privado há muitas décadas.”
Na semana passada, Milei desmantelou parte dos controles cambiais que vigoravam na Argentina havia anos, que limitavam repatriações de lucros de empresas estrangeiras e a compra de dólares por argentinos. Esses controles desencorajavam o investimento e desaceleravam o crescimento.
A suspensão parcial dos controles cambiais por Milei ocorreu após um empréstimo de US$ 20 bilhões do FMI, juntamente com programas de empréstimos de US$ 12 bilhões do Banco Mundial e de US$ 10 bilhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Embora a Argentina já tenha recebido empréstimos massivos do FMI no passado, os governos anteriores desperdiçaram esses fundos em subsídios políticos para vencer eleições. A maioria dos economistas espera que desta vez seja diferente, porque é improvável que Milei desperdice dinheiro como seus antecessores peronistas.
Após uma breve visita à Argentina, em 14 de abril, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, declarou que as reformas econômicas de Milei são “históricas” e que o presidente argentino está “tirando a Argentina do abismo”.
Sem dúvida, ainda podem surgir problemas capazes de inviabilizar as reformas de Milei. Se o partido político de Milei tiver um desempenho ruim nas eleições legislativas de outubro, os investidores podem temer que a oposição peronista retorne ao poder em 2027, e os investimentos serão paralisados.
Outro risco é que Milei perca apoio significativo por seu hábito de insultar jornalistas, economistas e legisladores, muitas vezes nos termos mais grosseiros.
Se conseguir controlar seu temperamento e fizer isso, Milei poderá entrar para a história como um dos maiores presidentes da Argentina. / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO