The Brazilian Chamber of Deputies' decision to suspend criminal proceedings against Alexandre Ramagem may affect other cases. The PL party seeks a similar suspension for Carla Zambelli's case involving alleged hacking of the CNJ system, despite a 4-0 Supreme Court majority vote to convict her. Discussions also involve the case of former Minister Juscelino Filho, who faces accusations of embezzlement.
Eduardo Bolsonaro suggested suspending Zambelli's process as a response to the Supreme Court, while centrão leaders express caution, fearing escalation of tensions. Zambelli's defense team has requested a halt to the proceedings, but this has been rejected by the court. The defense argues that Zambelli was already a federal deputy during the alleged crime and therefore merits protection under congressional privileges. The court argued that the suspension only applied to crimes committed after the assuming office as a deputy.
The Supreme Court had already formed a majority to convict Zambelli in March on separate charges of illegal weapons possession. A recent decision condemned her to 10 years and loss of mandate for hacking the CNJ system. This decision is appealable.The Supreme Court deemed the initial decision to suspend Ramagem's trial unconstitutional.
The situation creates pressure on Chamber President Hugo Motta, with opposition and center-left parties hoping to avoid further crises with the Supreme Court. Centrão leaders believe that resolving Ramagem's case is sufficient and avoid further conflict with the judiciary.
A aprovação, pela Câmara dos Deputados, da suspensão da ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) pode abrir caminho para o trancamento de processos contra outros parlamentares no STF (Supremo Tribunal Federal).
O PL pediu à Câmara que também suspenda a ação contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP) pela suposta invasão hacker ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). A Primeira Turma do STF já tem maioria (4 votos a 0) para condená-la a dez anos de prisão e à perda do mandato parlamentar. O argumento é de que haveria uma perseguição contra parlamentares por parte do Judiciário.
Com base nisso, também foi mencionada a possibilidade de solicitar a paralisação do processo contra o ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho (União Brasil-MA), se confirmado o recebimento da denúncia contra ele pelo Supremo.
Juscelino foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) sob a acusação de desvio de emendas parlamentares, o que levou à queda dele do ministério do governo Lula (PT).
A interlocutores ele tem negado que exista a possibilidade de que o partido peça a suspensão. Diz que uma medida do tipo não cabe neste momento, porque acredita que o STF não aceitará a denúncia, e que não autorizou conversas sobre o tema em seu nome.
No caso dele, diferentemente do processo contra Zambelli, a acusação ainda não se transformou em ação penal, momento em que a Constituição prevê que o Congresso pode sustar o andamento do processo até o fim do mandato. A mudança de status só ocorre caso seja aceita a denúncia e o deputado se torne réu.
O mecanismo foi incluído na Constituição de 1988, após a ditadura militar, para preservar as prerrogativas do Legislativo e evitar perseguições judiciais aos parlamentares. Na semana passada, ele foi utilizado pela primeira vez em décadas para suspender a ação penal contra um deputado.
A Câmara chegou a aprovar uma paralisação ainda mais ampla, que poderia beneficiar todos os réus do processo contra Ramagem, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles são acusados de participarem da tentativa de um golpe de Estado, o que eles negam.
Depois da votação pela Câmara, o STF decidiu pela inconstitucionalidade da medida e paralisou a ação penal contra Ramagem por apenas dois dos cinco crimes sobre os quais ele é acusado. O resto do processo, inclusive as acusações contra Bolsonaro, seguirá normalmente o rito no Judiciário.
O requerimento do PL para que a Câmara suspenda a ação penal contra Zambelli foi protocolado no dia 29 de abril, antes da votação sobre Ramagem, mas o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda não despachou o pedido para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
A defesa de Zambelli solicitou nesta segunda-feira (12) que o julgamento contra ela no STF fosse paralisado até a Câmara se pronunciar sobre o pedido do PL —o que ainda não tem data para ocorrer.
O recurso da defesa, porém, foi negado no mesmo dia pelo ministro Alexandre de Moraes, que destacou só caber a suspensão para supostos crimes cometidos após a diplomação.
A acusação contra Zambelli é pela invasão hacker ao sistema do CNJ em 2018, antes do atual mandato, para inserir um mandado de prisão falso contra Moraes. O PL sustenta que ela exercia o mandato de deputada federal na época e, por isso, já teria direito a esta prerrogativa.
O caso pressiona Motta a tomar uma decisão sobre o pedido do PL, o que pode iniciar uma nova escalada nas tensões com o Supremo. Mas, como a Folha mostrou, líderes de partidos de centro e de esquerda querem evitar uma nova crise com o STF após o episódio com Ramagem.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está morando nos Estados Unidos, levantou a possibilidade de suspensão da ação penal como uma resposta da Câmara ao Supremo.
"Se quiser mandar recado pro STF, também poderia ser votada a suspensão do processo contra a deputada Carla Zambelli. Independente do mérito, seria um bom recado pra colocar freio no STF, para garantir e utilizar toda prerrogativa parlamentar", disse.
Motta disse em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta sexta-feira (9) que esperava que o STF mantivesse a decisão da Câmara –o que não ocorreu, diante de um placar de 5 a 0 na Primeira Turma da corte para derrubar a medida.
Apesar disso, lideranças do centrão dizem, reservadamente, que não veem espaço para uma resposta sem que pareça um novo capítulo de crise entre os Poderes. Avaliam ainda que é suficiente trancar parte da ação penal resguardando apenas Ramagem.
O tom ainda é de cautela. Um líder do centrão disse que, se Motta for sensato, vai evitar a escalada da crise. Mas, da forma como conduziu até o momento, dá brecha para ser amplamente cobrado pela oposição caso não reaja.
Outros dois parlamentares do centrão afirmam que é prematuro tentar medir, neste momento, se haveria votos suficientes para trancar também a ação contra Zambelli, mas que consideram improvável uma decisão dessas porque isso faria a relação com o STF ficar ainda mais estremecida.
A Primeira Turma do STF formou maioria na última sexta para condenar a deputada do PL. Depois do final do julgamento, ainda caberá recurso no STF, e as penas só deverão ser aplicadas depois do trânsito em julgado do processo (quando não são possíveis mais recursos).
Em nota, a defesa de Zambelli afirmou que o Supremo desprezou argumentos que levariam à nulidade do processo e cerceou o trabalho da defesa. Seus advogados vão recorrer da decisão.
A deputada afirmou que é vítima de perseguição política e que o voto de Moraes desconsidera os fatos.
Em março, o STF já havia formado maioria para condenar Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto e à perda de mandato por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma. O julgamento foi suspenso devido a um pedido de vista de Kassio.
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