Gerald Thomas cita arrependimento após defender Léo Lins, humorista condenado a 8 anos de prisão: 'Errei'


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Gerald Thomas's Retraction

Gerald Thomas, a playwright and director, publicly apologized for defending comedian Léo Lins who was sentenced to eight years and three months in prison for jokes deemed to incite violence and intolerance. Thomas stated he initially defended Lins based on headlines without knowing the content of his jokes. He expressed remorse and removed previous posts supporting Lins.

Léo Lins's Condemnation

Léo Lins, despite his conviction, continues his stand-up comedy career, performing over 20 shows this semester. His new show, "Enterrado vivo," provocatively challenges political correctness and existing legal issues. Lins is known for his unfiltered humor, resulting in several legal battles. The court ruling highlighted that artistic expression does not excuse crimes like hate speech. While Lins's defense claims censorship, the court viewed the content as promoting intolerance and inciting violence against various groups including, but not limited to, people with disabilities, sexual orientations, religions, and ethnicities. Several of Lins's colleagues expressed outrage and concern over the decision.

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O dramaturgo e encenador Gerald Thomas usou as redes sociais, no último fim de semana, para afirmar que se sente arrependido por ter defendido Léo Lins, humorista carioca condenado a oito anos e três meses de prisão por propagar, num show de comédia, piadas que "fomentam a violência verbal e a intolerância", segundo a sentença estabelecida pela 3ª Vara Criminal de São Paulo. O diretor teatral, que havia se manifestado acerca do direito à liberdade de expressão, voltou atrás na opinião ao ressaltar que não conhecia o teor do discurso do comediante.

"Fui levado pela manchete da coisa, sem saber quem era o cara. Só depois de ter publicado tudo isso é que tive consciência. Jamais deveria ter feito isso", disse Gerald, por meio de vídeo publicado no Instagram, em retratação na qual se considerava "consternado, envergonhado e triste consigo mesmo", como destacou.

O humorista Léo Lins — Foto: Reprodução/Instagram

Gerald Thomas apagou todas as publicações anteriores em que defendia Léo Lins, pedindo desculpas aos seguidores que se sentiram ofendidos. "Retirei os três posts que eu fiz em relação à liberdade de expressão de um humorista que, se eu tivesse prestado atenção ao conteúdo, jamais teria escrito o que escrevi. Infelizmente, cheguei a essa conclusão tardiamente", justificou-se.

O encenador frisou que, a princípio, reagiu apenas à notícia da condenação à prisão de um artista no Brasil devido a um discurso proferido numa sala de teatro. Ele relata, porém, que não se aprofundou acerca do conteúdo das falas do humorista. "O que eu defendi foi o direito de expressão, e não o conteúdo. Ao analisar com profundidade, é realmente uma loucura o que ele faz. É horroroso e nojento", ponderou. "Quem me conhece e conhece meu trabalho nos teatros sabe que eu não sou homofóbico, nazista... Justamente o contrário. Então jamais poderia defender esse tipo de horror. Estou arrependido", acrescentou.

Veja filhos de atores e atrizes que resolveram seguir a carreira dos pais 1 de 8 Pedro Novaes segue a carreira do pai, Marcello Novaes — Foto: Reprodução/Instagram 2 de 8 Felipe Ricca, filho de Marco Ricca e Adriana Esteves, seguiu os passos dos pais e estará no remake de 'Vale tudo' — Foto: Reprodução/Instagram Pular X de 8 Publicidade 3 de 8 Pedro Waddington, filho de Helena Ranaldi e Ricardo Waddington, também estará no remake de 'Vale tudo' — Foto: Reprodução/Instagram 4 de 8 Giulia Bertolli com a mãe, Lilia Cabral, em cena do filme 'A lista' — Foto: Manoella Mello/TV Globo/Divulgação Pular X de 8 Publicidade 5 de 8 Agnes Brichta, filha de Vladimir Brichta, também seguiu a carreira do pai. Eles até atuaram juntos na novela 'Quanto mais vida, melhor' — Foto: Gabi Netto/Divulgação 6 de 8 Patrick Swarzenegger, filho de Arnold Swarzenegger, seguiu os passos do pai: ele está na nova temporada da série 'White lotus' — Foto: Reprodução/Instagram Pular X de 8 Publicidade 7 de 8 Margaret Qualley, do filme 'A substância', é filha da atriz Andie MacDowell — Foto: Reprodução/Instagram 8 de 8 A atriz Maya Hawke, de 'Stranger things', seguiu os passos da mãe, Uma Thurman, e do pai, Ethan Hawke — Foto: Reprodução/Instagram Pular X de 8 Publicidade .

O que aconteceu com Léo Lins?

Condenado a oito anos e três meses de prisão, o comediante Léo Lins segue cumprindo a intensa agenda de shows enquanto recorre da decisão da Justiça em liberdade. Neste semestre, ele tem mais de 20 apresentações marcadas em cidades de diferentes regiões do país. E o número segue crescendo.

No novo espetáculo, batizado de "Enterrado vivo", o carioca de 42 anos realiza uma resposta provocativa — com colocações com as quais ele considera "desafiar o politicamente correto" — às proibições que vem sofrendo nos últimos anos e aos processos judiciais que o acusam pela prática de crimes como "racismo recreativo" e capacitismo, com incitação à discriminação de uma pessoa em razão de sua deficiência, entre outros.

O humorista Léo Lins — Foto: Divulgação

Léo Lins se orgulha por ser um humorista sem filtros. Por uma piada, vale perder amigos — e sobretudo desmanchar as fronteiras do tal "politicamente correto". Não à toa, há pelo menos uma década, ele é alvo de processos e moções de repúdio.

"Teve uma hora que recebi ameaça de morte e fui agredido na rua. Aí falei: 'É, está na hora de começar um show mais pesado'", contou para uma plateia de cerca de quatro mil pessoas na introdução do espetáculo "Perturbador", cuja gravação em vídeo publicado no YouTube motiva a atual condenação de oito anos e três meses de prisão para o artista.

Na última semana, a 3ª Vara Criminal de São Paulo atendeu a um pedido do Ministério Público Federal, que havia entrado com uma ação contra o comediante em 2023. A sentença — que, além do encarceramento, inclui a obrigação do pagamento de 1.170 salários mínimos, em valores da época da gravação, e a indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos — vem reacendendo o debate sobre a relação entre humor e liberdade de expressão.

Para a Justiça, apresentações como a do comediante "estimulam a propagação de violência verbal na sociedade, fomentando a não-aceitação das diferenças e a intolerância", como destacado pela sentença, à qual o GLOBO teve acesso.

No tablado, Léo faz declarações ofensivas contra pretos, idosos, obesos, pessoas com HIV, homossexuais, indígenas, nordestinos, evangélicos, judeus e pessoas com deficiência. "Faço piada com tudo e todos. Quer show mais inclusivo do que este? Já contratei intérprete de Libras só para ofender surdos e mudos. Não adianta fingir que não está ouvindo, não. Sinal, você entende. Entende este aqui?", discursou ele, erguendo o dedo do meio no palco, antes de soltar gritos e sons guturais para mostrar como deficientes auditivos dão "bom dia" e "boa noite", segundo ele.

A decisão da juíza Barbara de Lima Iseppi ressalta que a atividade artística de humor não serve como "passe-livre" para a prática de crimes como o "racismo recreativo", e que a liberdade de expressão não pode ser utilizada como justificativa para a disseminação de discursos de ódio. Por outro lado, a defesa do artista — que irá recorrer da decisão — considera que "a condenação se equipara à censura". "Ver um humorista condenado a sanções equivalentes às aplicadas a crimes como tráfico de drogas, corrupção ou homicídio, por supostas piadas contadas em palco, causa-nos profunda preocupação", sublinharam, por meio de nota, os advogados que representam Léo.

Parte dos colegas do humorista se manifestou com revolta por meio das redes sociais. "Todos que expressam uma opinião, seja no teatro, na poesia, na música, na ficção, no livro ou em forma de uma piada, todos podem ser criticados, questionados e até acionados em processos civis. Agora, o que não pode em hipótese alguma é serem presos ou alvos de censura", opinou Danilo Gentili.

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