— Em depoimento, ele alegou que realmente é tudo isso, que fez todos esses doutorados e atuou em missão de paz da Organização das Nações Unidas — diz o delegado Tiago Ferrão, da Polícia Civil de Goiás, que investiga o caso. — O que queremos apurar agora é se ele chegou a vender algum curso, se recebeu dinheiro de alguma doação ou exerceu a medicina de forma ilegal.

Segundo a Polícia Civil, Cohen dizia ser médico e usava o número de registro profissional de outro pessoa. Após ser autuado por falsificação de documentos públicos e privados, Cohen foi levado para o presídio local.

No site usado por Cohen para divulgar suas atividades, constam os brasões da ONU e dos governos brasileiro e americano, além da Universidade de Harvard. Ele também dizia ter parceria com a inexistente Diocese de Caldas Novas.

Na residência do suspeito, os policiais do Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) encontraram fardas militares, insígnias de missão de paz da ONU e diplomas de universidade brasileiras e estrangeiras, bem como supostos crachás e identidades funcionais de autarquias federais, embaixadas e entidades eclesiásticas. Um simulacro de arma de fogo também foi apreendido.

Documentos com emblemas da CIA indicavam que Cohen supostamente teria formação em cursos de contraterrorismo e inteligência internacional. Já os diplomas eram das áreas de medicina, psicologia, farmácia, fisioterapia, direito, administração, física quântica e astrofísica. Ele também tinha fardas que o identificavam com general de brigada médica e tenente coronel.

Segundo a Polícia Civil, os documentos, que incluem um passaporte diplomático, estavam em português, inglês e hebraico. Cartões de visita encontrados no local mencionam escritórios de Roberto Cohen em Washington DC e Nova York, nos Estados Unidos.