Imagens de satélite indicam menos danos a centrais do Irã do que os alegados por Trump | Mundo | Valor Econômico


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Damage Assessment

Satellite imagery contradicts claims by US President Donald Trump that Iranian nuclear facilities were "totally destroyed" following attacks. Analysis suggests less damage than initially reported, with key infrastructure remaining intact.

Impact on Monitoring

The attacks significantly complicate the task of tracking Iran's enriched uranium and hindering its nuclear program. The International Atomic Energy Agency (IAEA) inspectors have lost track of Iran's enriched uranium stockpile.

  • IAEA inspections are hindered.
  • Iran may move its nuclear program to underground, less accessible sites.

International Response

The IAEA has called for an end to hostilities. The incident will likely increase tensions and decrease Iran's cooperation with the IAEA.

Strategic Implications

The attacks, conducted by both Israel and the US, have disrupted the IAEA's accounting of Iran's nuclear stockpile and degraded tools for monitoring. The long-term consequences, including the difficulty of using environmental sampling for forensic analysis, are significant.

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A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de ordenar que as forças americanas atacassem as três principais instalações nucleares do Irã pode ter sabotado as capacidades atômicas do país, mas também criou um desafio monumental para descobrir o que restou. Na noite de sábado, Trump afirmou que os locais foram "totalmente destruídos" na ação militar, mas análises independentes ainda não comprovam essa afirmação.

Em vez de garantir uma vitória rápida, os ataques complicaram a tarefa de rastrear o urânio enriquecido do Irã e impedir que o país construa uma bomba nuclear, de acordo com três fontes que acompanham o programa atômico iraniano. Antes de Israel iniciar a campanha de bombardeios no último dia 13, funcionários da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) baseados no Irã inspecionavam mais de uma instalação por dia.

Analistas ainda estão tentando avaliar a extensão dos anos e, embora uma ação militar possa destruir as instalações declaradas pelo Irã, também fornece um incentivo para que Teerã leve seu programa atômico para sítios subterrâneos. Trump enviou aviões furtivos B-2 carregados com as "superbombas" GBU-57 para tentar destruir as instalações subterrâneas de enriquecimento de urânio do Irã em Natanz e Fordow.

Imagens de satélite feitas no domingo em Fordow pela Maxar Technologies mostram novas crateras, possíveis desmoronamentos em entradas de túneis e buracos no topo de uma serra. Também é possível ver que um grande edifício de apoio, que os operadores podem usar para controlar a ventilação nas salas subterrâneas de enriquecimento de urânio, permaneceu intacto. Não houve vazamentos de radicação no local, informou a AIEA.

Imagem de satélite mostra usina nuclear de Fordow, a principal do Irã, após ataques dos EUA — Foto: MAXAR TECHNOLOGIES/Handout via REUTERS

O chefe do Estado-Maior Conjuto dos EUA, Dan Caine, disse em entrevista coletiva no domingo que uma avaliação final dos danos "levará algum tempo". Os inspetores da AIEA, por sua vez, não sabem o paradeiro do estoque de urânio enriquecido do Irã há mais de uma semana, quando começaram os ataques de Israel. Autoridades iranianas reconheceram ter rompido os lacres da agência da ONU e a transferência do material para um local não revelado.

Para Darya Dolzikova, pesquisadora do Royal United Services Institute, um centro de estudos com sede em Londres, a entrada dos EUA na guerra deve diminuir a cooperação Irã dcom a AIEA. "O cenário mais provável é que [os ataques] convençam o Irã de que cooperação e transparência não funcionam e que construir instalações mais profundas e não abertamente declaradas é mais sensato para evitar ataques semelhantes no futuro", disse ela.

A AIEA pediu o fim das hostilidades para resolver a situação. O conselho de 35 países da agência se reunirá amanhã, em Viena, segundo Rafael Grossi, diretor da organização.

Antes da intervenção dos EUA, imagens mostravam que as forças israelenses, sozinhas, haviam obtido pouco sucesso quatro dias após o início do bombardeio. Os danos à instalação central em Natanz, localizada 300 quilômetros ao sul de Teerã, limitaram-se principalmente a pátios de comutação elétrica e transformadores. Os EUA também se juntaram ao ataque ao centro de tecnologia e pesquisa nuclear de Isfahan, localizado 450 quilômetros ao sul de Teerã. Isso ocorreu depois que a AIEA reavaliou o nível de danos causados por Israel à instalação. Com base em imagens de satélite e comunicações com colegas iranianos, Isfahan parecia "extensivamente danificada", escreveu a agência na noite de sábado.

A missão central da AIEA é contabilizar os níveis de urânio ao redor do mundo e garantir que ele não seja usado para armas nucleares. O bombardeio mais recente complica ainda mais o rastreamento do urânio iraniano, disse Tariq Rauf, ex-chefe da política de verificação nuclear da AIEA. "Agora será muito difícil para a AIEA estabelecer um balanço material para os quase 9.000 quilos de urânio enriquecido, especialmente os quase 410 quilos de urânio enriquecido a 60%", disse ele sobre o material iraniano.

Na semana passada, os inspetores já haviam reconhecido que haviam perdido o controle da localização do estoque de urânio altamente enriquecido do Irã, pois os ataques militares israelenses estão impedindo seus inspetores de realizar seu trabalho. Esse estoque de urânio — suficiente para fabricar 10 ogivas nucleares em um local clandestino — foi visto em Isfahan por inspetores da AIEA. Mas o material, que caberia em apenas 16 contêineres pequenos, pode já ter sido levado para outro local.

“Ainda há dúvidas sobre onde o Irã pode estar armazenando seus estoques já enriquecidos”, disse Dozikova. “Eles quase certamente foram transferidos para locais protegidos e não revelados, fora do alcance de potenciais ataques israelenses ou americanos.”

Longe de serem apenas pontos estáticos em um mapa, as ambições do Irã de produzir o combustível necessário para usinas nucleares e armas estão inseridas em uma infraestrutura fortemente fortificada em todo o país. Milhares de cientistas e engenheiros trabalham em dezenas de locais. Mesmo enquanto analistas militares aguardam novas imagens de satélite antes de determinar o sucesso da missão de Trump, analistas de salvaguardas nucleares chegaram à conclusão de que seu trabalho está prestes a se tornar significativamente mais difícil.

Ao bombardear os locais do Irã, Israel e EUA não apenas interromperam a contabilidade da AIEA sobre o estoque nuclear do Irã, como também degradaram as ferramentas que os monitores poderão usar, disse Robert Kelley, que liderou as inspeções no Iraque e na Líbia como diretor da AIEA. Isso inclui o método forense usado para detectar o desvio potencial de urânio. "Agora que os locais foram bombardeados e todas as classes de materiais foram espalhadas por toda parte, a AIEA nunca mais poderá usar amostragem ambiental", disse ele. "Partículas de todas as descrições isotópicas têm meias-vidas infinitas para fins forenses e será impossível determinar sua origem".

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