The article discusses the early signs of weakening support for Donald Trump's administration. Although Trump's confident rhetoric and the Democrats' inability to control the public debate have made the past two months appear comfortable for him, recent events suggest a turning tide.
The article highlights the results of the April 1st elections in Wisconsin and Florida as significant indicators. In Wisconsin, the progressive candidate won the state Supreme Court election by a wide margin, while in Florida, Republicans' large margins from November significantly decreased. Trump's decision to cancel the nomination of Elise Stefanik for ambassador to the UN, to avoid a special election in her vulnerable district, highlights the Republican party's current election vulnerabilities.
Trump's new tariff package caused division within the Republican party, with some conservatives criticizing it as a betrayal of free-market principles. The article outlines three core contradictions within Trump's policies:
These contradictions undermine Trump's core campaign promises and suggest growing international instability. While Trump could still implement significant reforms, the article suggests his ability to govern with the same ambition and speed as the first two months of his term is likely diminished.
The upcoming gubernatorial elections in Virginia and New Jersey this November, along with the 2026 legislative elections, will be important indicators of political momentum. The possibility of Democrats regaining control of the House of Representatives increases, potentially significantly limiting Trump's agenda, even if he retains control of the Senate.
The article concludes that Trump's tariff strategy may backfire, and April 2025 could possibly mark the peak of Trumpism.
Quem observa a retórica confiante de Donald Trump e o desânimo da oposição pode acreditar que o presidente americano governará com força imbatível nos próximos quatro anos. De fato, o que mais impressionou até agora foi a incapacidade do Partido Democrata de encontrar uma fórmula para, pelo menos temporariamente, pautar a agenda do debate público.
No entanto, alguns acontecimentos recentes sugerem que os primeiros dois meses da administração Trump poderão parecer, em retrospectiva, os mais confortáveis para o presidente, que tem gozado de total controle do discurso público.
As eleições em Wisconsin e na Flórida, no dia 1º de abril, trouxeram sinais claros de que a maré pode virar. Em Wisconsin, a candidata progressista a um assento na Suprema Corte do Estado venceu com ampla margem a eleição mais cara da história desse órgão do Judiciário estadual.
Já na Flórida, embora os republicanos tenham vencido duas eleições legislativas especiais para deputado federal, as grandes margens obtidas em novembro diminuíram de forma expressiva em ambos os distritos. O temor de perder cadeiras na Câmara é tão real que Trump abortou a indicação da deputada Elise Stefanik para embaixadora na ONU, pois seria necessária uma eleição especial em seu distrito para eleger seu sucessor — um reconhecimento implícito da vulnerabilidade eleitoral dos republicanos.
Esses sinais ganham importância diante do novo pacote tarifário de Trump, que abriu uma fissura dentro do próprio Partido Republicano. Para parte dos conservadores tradicionais, a medida representa traição aos princípios de livre mercado.
Além disso, a política de Trump enfrenta três contradições centrais que atingem diretamente suas principais promessas de campanha — e os motivos pelos quais muitos eleitores o levaram de volta à Casa Branca: reduzir a imigração ilegal, controlar a inflação e estabilizar o cenário geopolítico.
A primeira contradição envolve imigração e tarifas. Ao impor tarifas elevadas a países em desenvolvimento, Trump enfraquece suas economias, o que inevitavelmente empurra mais pessoas rumo à fronteira dos Estados Unidos. Ou seja, sua política comercial pode sabotar sua própria meta imigratória.
A segunda contradição está entre inflação e tarifas. Embora tenha sido eleito com a promessa de baixar os preços, as tarifas generalizadas encarecem bens de consumo. O resultado mais provável é a elevação do custo de vida, afetando sobretudo as famílias de mais baixa renda.
Por fim, há um choque entre a promessa de estabilizar o mundo e a postura agressiva da política externa. Trump transformou a relação entre os EUA e o Canadá — uma das mais estáveis do planeta — em fonte de fricção e de antiamericanismo, com boicotes a produtos americanos. Uma invasão dos EUA no Panamá ou na Groenlândia tornou-se uma possibilidade real, levando lideranças militares tanto na Europa quanto na América Latina a discutir formas de reduzir sua dependência de segurança dos EUA.
Cresce a possibilidade de que ex-aliados dos EUA, como Alemanha ou Polônia, desenvolvam armas nucleares. O risco de um conflito mais amplo no Oriente Médio continua elevado. As tensões entre China e Taiwan se intensificam. Mesmo um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia não mudaria a percepção, compartilhada por um número expressivo de governos, de que Trump representa um fator de instabilidade geopolítica.
Nada disso significa que Trump não possa implementar amplas reformas durante seu segundo mandato presidencial. De fato, sobretudo no âmbito externo, numerosas iniciativas podem ser irreversíveis. Por exemplo: mesmo que o sucessor ou a sucessora de Trump opte por normalizar a relação com o Canadá, o país vizinho dificilmente voltará a depender de Washington. Afinal, ninguém pode garantir que um trumpista não assumirá o poder em Washington no próximo ciclo eleitoral.
Mesmo assim, seria um erro presumir que Trump poderá continuar governando com a mesma ambição e velocidade que marcaram seus primeiros dois meses de governo. Em novembro deste ano, os Estados de Virgínia e Nova Jersey elegerão novos governadores — disputas que serão vistas como indicativos importantes do clima político no país.
Com as eleições legislativas de 2026 no horizonte, a possibilidade de os democratas retomarem a Câmara dos Deputados ganha força. Nesse caso, Trump ainda terá controle sobre o Senado, mas um Congresso dividido limitaria fortemente sua agenda. Não seria algo inédito — Clinton, Obama e o próprio Trump em 2016 assumiram o poder com controle total do Congresso e perderam ao menos uma das casas já nas primeiras eleições de meio de mandato.
A aposta nas tarifas como estratégia eleitoral pode se revelar um tiro no pé — e a história talvez registre abril de 2025 como o momento em que o trumpismo atingiu seu auge.
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