O conclave é um dos ritos da Igreja Católica que mais despertam interesse entre os fiéis. Cercado de mistérios, muitos se perguntam como funciona o processo da escolha de um novo Pontífice, a origem do termo, quais os conclaves mais longos e mais curtos, e até mesmo quem veste o novo Santo Padre após a eleição.
Saiba a resposta de algumas dessas curiosidades abaixo:
O termo vem do latim cum clave ("com chave"), porque os cardeais são literalmente trancados dentro da Capela Sistina até que um novo Papa seja eleito, para evitar interferências externas. Durante esse período, os cardeais não têm qualquer contato com o mundo externo: sem televisão, sem internet, sem notícias.
A demora se deu por divisões políticas entre cardeais franceses e italianos. Nenhum dos lados conseguia alcançar os dois terços necessários para eleger o papa. O que se seguiu foi que os cardeais foram trancados no Palácio Episcopal de Viterbo, com racionamento de comida e até a remoção do teto do edifício para acelerar a decisão.
O evento levou à criação das regras modernas do conclave, formalizadas pelo próprio Gregório X na constituição Ubi periculum, que estabeleceu o conclave papal como método de seleção de um Papa.
Outros conclaves que demoraram quase o mesmo número de dias foram os que culminaram nas eleições do Papa João XXII (em 1316) e do Papa Martinho V (em 1417). Ambos duraram ao menos dois anos para serem concluídos.
Já o mais curto aconteceu em 1503, durando apenas algumas horas. Quem se elegeu foi o Papa Júlio II. A título de comparação, os três últimos conclaves duraram poucos dias: três para o Papa João Paulo II (1978), e dois para os Papas Bento XVI (2005) e Francisco (2013), respectivamente.
A tradição da fumaça branca para anunciar um novo Papa e preta para indicar que a votação não teve resultado surgiu em 1878. Antes disso, sinais como sinos eram usados para notificar os fieis do andamento do conclave.
Não. Bartolomeo Prignano, arcebispo de Bari, foi eleito Papa em 1378 sem ser cardeal. Isso ocorreu porque, após a morte do Papa Gregório XI, havia forte pressão para que um italiano fosse escolhido para o posto, e ele era visto como uma opção neutra e experiente. No entanto, sua rigidez e autoritarismo como Papa Urbano VI geraram revolta entre os cardeais franceses, que anularam sua eleição e elegeram outro Papa, Clemente VII, dando início ao Grande Cisma do Ocidente, que dividiu a Igreja por quase 40 anos.
Não, mas já pôde. Até o século XX, monarcas católicos podiam vetar candidatos sob o chamado "direito de exclusão" (Jus exclusivae). O último caso foi em 1903, quando o imperador da Áustria, Francisco José I, vetou o cardeal Mariano Rampolla. Quem foi eleito foi Giuseppe Sarto, que se tornou Papa Pio X e aboliu oficialmente tal prática.
Foi o conclave de 2005, que elegeu Bento XVI. Reuniu 115 cardeais, o maior número até então.
Os alfaiates papais Gammarelli preparam três conjuntos de vestes em tamanhos P, M e G para garantir que o novo Pontífice tenha a aparência adequada ao ser apresentado aos fiéis. O traje inclui batina branca, faixa de seda, solidéu, sapatos vermelhos e mozeta de veludo com arminho, estilo revivido por Bento XVI.
A batina branca se tornou tradição desde 1566, quando Pio V manteve o hábito dominicano, restando apenas detalhes vermelhos do traje anterior.
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