O urso continuou perambulando com seu novo “colar”. Ele cresceu, o que só apertou ainda mais o plástico, e embora os humanos quisessem ajudar, ele permanecia evasivo. Mas não tema, caro leitor: essa história tem um final feliz.

O urso, ainda filhote na época, foi visto pela primeira vez por câmeras de trilha em 2023. Sua cabeça estava presa em um buraco de 12,7 centímetros de diâmetro, em uma tampa plástica azul — do tipo que costuma ser usada em tambores de 200 litros.

Esses tambores às vezes são usados por caçadores: os recipientes são preenchidos com comida para atrair os ursos até onde os caçadores os esperam. Mas, segundo a lei de Michigan, os recipientes de isca devem ter buracos com menos de 2,5 cm ou mais de 56 cm de diâmetro.

— Aberturas de determinados tamanhos em recipientes podem fazer com que ursos e outros animais fiquem com a cabeça ou outras partes do corpo presas, levando a ferimentos ou à morte — disse Cody Norton, do Departamento de Recursos Naturais de Michigan, que tem o cargo de especialista em ursos, animais de pele e caça menor: — É importante lembrar que o diâmetro da abertura é mais importante do que o tamanho do recipiente — destacou.

Recipientes plásticos têm sido um problema constante para os ursos, com casos recentes na Flórida, em Wisconsin e no Tennessee. Todos envolveram ursos com a cabeça presa em potes de salgadinhos (e todos foram libertados).

E não são só os ursos que acabam presos em lixo humano. Um alce no Colorado carregou um pneu no pescoço por dois anos (ele também foi libertado, embora tenha perdido seus chifres no processo).

Nos últimos dois anos, o urso de Michigan foi visto ocasionalmente por câmeras de trilha, mas desaparecia antes que qualquer ajuda pudesse chegar.

Finalmente, em maio, houve um avistamento no condado de Montmorency, na península inferior norte de Michigan. Autoridades conseguiram capturá-lo no início deste mês.