O empresário do mercado imobiliário Alexandre Frankel, que está à frente da Vitacon e da Housi, vai lançar sua própria linha de moradias para idosos em São Paulo. O primeiro prédio irá a mercado no segundo semestre, em Higienópolis, com 300 apartamentos de 30 a 60 metros quadrados, e valor geral de vendas estimado em R$ 400 milhões. Outros dois projetos estão em desenvolvimento para o ano que vem nos bairros de Perdizes e Jardins.
O mercado imobiliário brasileiro ainda não tem um conceito amplamente estabelecido de habitação para idosos. Mas, com o envelhecimento da população e a perspectiva de uma demanda crescente por moradias adaptadas, algumas empresas vêm se mexendo para criar produtos que atendam as necessidades dos idosos. Ainda são poucos projetos na área, e o tom é de experimentação.
Neste caso, o projeto foi concebido para que cada prédio tenha uma equipe de enfermagem para atendimentos emergenciais e/ou resgates. Já os serviços de saúde recorrentes de cada morador poderão ser contratados à parte. O projeto para idosos incluirá ainda uma sala para consultas via telemedicina, equipada com aparelho para se medir a pressão arterial e a oxigenação Do sangue, por exemplo.
As áreas comuns terão salas apropriadas para atividades como hidromassagem, fisioterapia e atividades físicas de baixo impacto, como ioga. Outros itens típicos de condomínios também estarão ali, como academia, salão de jogos e áreas verdes.
“Há muito tempo estamos estudando entrar no senior living. Esse é um setor que tomou proporções enormes”, afirma Frankel, em entrevista à Coluna. “Em alguns anos, o Brasil vai ter mais 30 milhões de idosos, mas não dá mais para continuar nas soluções caseiras”, diz, citando casos em que os idosos são cuidados por filhos ou acabam indo parar em asilos e casas de repouso. “O problema é que as famílias têm menos filhos e menos pessoas disponíveis para cuidar, porque todos trabalham fora.”
Os projetos de Frankel serão voltados a pessoas com mais de 60 anos, mas que conservam autonomia para cuidar de si próprias e de vez em quando podem precisar de cuidados especiais, como em caso de adoecimento, cirurgias ou acidentes.
O empresário diz que estudou empreendimentos de países do Hemisfério Norte que abrangem infraestrutura e serviços médicos para idosos com um nível de dependência maior, mas optou por um modelo mais enxuto no Brasil para não encarecer demais. No projeto de Higienópolis, o condomínio já custará cerca de R$ 1,2 mil para apartamento de 30 metros quadrados e R$ 2,4 mil para unidades de 60 metros quadrados, o que restringe o público a famílias de média renda para cima.
Neste modelo de negócios, a Housi é a startup responsável pela concepção e gestão do projeto, enquanto a Vitacon faz a incorporação imobiliária e as vendas. Os primeiros dois projetos serão skin in the game, ou “arriscando a própria pele”, para Frankel, que é o acionista controlador de ambas as empresas. Mas o plano é comercializar esse projeto para outras incorporadoras.
A Housi surgiu em 2012 a partir de um desdobramento de ativos da Vitacon, fundada em 2009. A Vitacon ficou famosa em São Paulo pelos apartamentos com área inferior a 20 m². A proposta era lançar imóveis mais acessíveis a moradores e investidores. Já a Housi virou uma plataforma online reunindo imóveis residenciais próprios (da Vitacon) e de terceiros para locação, com acréscimo de serviços condominiais pay per use.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 18/04/2025, às 14:00.
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