The increase in Brazil's Selic interest rate to its highest level since 2016 is significantly impacting the economy. This move, aimed at curbing inflation, is slowing economic activity by reducing both consumer and producer spending and investment.
Experts highlight the tightening of credit as a major consequence, hindering consumer purchases and business investments. Higher interest rates also mean slower income growth. This overall scenario impacts the Gross Domestic Product (GDP), with projections indicating a slower growth rate in 2025.
While the Central Bank intends to combat inflation through this monetary policy, some argue that the increased Selic rate is a heavy-handed approach, with other solutions needed, including controlling government spending. The full impact of the interest rate hikes is expected to be felt over several months.
A nova alta na Selic, que colocou o juro básico do país no maior patamar desde 2016, pressiona ainda mais a atividade econômica. Com a missão de combater a inflação, o aperto monetário diminui o apetite tanto dos consumidores quanto do setor produtivo. Com isso, a economia deve rodar mais lenta, diante de redução no investimento por parte das empresas e de emprego e renda perdendo ritmo, segundo especialistas.
Com a decisão desta quarta-feira (19), o juro subiu para 14,25% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ainda projetou que haverá nova alta na próxima reunião, em maio, mas "de menor magnitude".
O professor Marcos Lélis, da Escola de Gestão e Negócios da Unisinos, afirma que o principal efeito dessa curva de alta da Selic é o aperto no crédito, que freia a intenção de compra das famílias e os investimentos das empresas. Além disso, com juro mais alto, a renda média da população tende a não repetir as altas observadas recentemente, segundo Lélis. Todo esse cenário respinga no patamar do Produto Interno Bruto (PIB), conforme o professor:
— A gente está tendo um ajuste. Viemos de três anos crescendo bem, consistentemente. Agora, vai ter um degrau. Eu chamo de um degrauzinho para baixo, crescendo 2%, 2,5% neste ano. Então, você está tirando quase um ponto e meio do seu crescimento, mas continua no positivo.
Na prática, esse movimento de desaceleração da demanda faz parte da estratégia do Banco Central no combate à inflação. O aumento da taxa busca desestimular o apetite por bens, serviços e crédito, acomodando os preços, "esfriando" a economia. O impacto cheio de cada ciclo de alta costuma levar alguns meses.
A economista-chefe da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), Patrícia Palermo, destaca que o crédito é um motor relevante da atividade econômica. Portanto, um processo de desestímulo ao consumo ajuda a economia a rodar mais devagar. No âmbito dos negócios, esse processo acaba freando alguns investimentos, com empresários mais criteriosos.
— Quem tem um plano de médio e longo prazo, que já está em andamento, vai continuar tocando. Mas os pontos de partida podem atrasar. E isso é um problema. Mas, de novo, as empresas não vão zerar os seus investimentos. A questão toda é que se faz, muitas vezes, menos do que se faria se as condições de temperatura e pressão fossem melhores — explica a economista.
Patrícia afirma que o aperto monetário tem seu efeito diminuído por estímulos fiscais e parafiscais que seguem aquecendo a economia e, com isso, pressionando a inflação, segundo a economista.
O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado (Sinduscon-RS), Claudio Teitelbaum, destaca o efeito duplo da Selic no setor. De um lado, o juro mais elevado impulsiona os saques de valores da poupança, que afeta uma fonte importante de financiamento do mercado imobiliário. Do outro, atinge o poder de compra da população que busca imóveis.
— Isso é muito ruim porque diminui bastante o espectro do financiamento a longo prazo. Então, além de provocar a escassez de funding, provoca também uma redução na capacidade de pagamento do financiamento imobiliário pelos mutuários — avalia Teitelbaum.
Esse impacto é maior nos imóveis de médio valor, que dependem mais de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e do público mais afetado pelo juro elevado, segundo o dirigente. Na parte das empresas, como o setor vive de ciclos médios e longos, o efeito acaba sendo uma reorganização nos investimentos e no planejamento de novos lançamentos, segundo Teitelbaum.
O economista e diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin, afirma que o juro mais elevado afeta a indústria em cheio, principalmente os ramos de bens duráveis, como eletrodomésticos, eletroeletrônicos, móveis e veículos. Além disso, trava segmentos de máquinas e equipamentos, usados para expansão de produção, segundo Cagnin. O economista explica o efeito do juro alto no planejamento das empresas:
— Juro, no fundo, é uma variável importante no sistema econômico, porque define um custo de oportunidade. Você volta a engavetar todos os projetos de investimento que têm um retorno esperado inferior a essa taxa de juro. Então, engaveta ou não desengaveta projetos. Pelo lado do consumo, é a mesma coisa, principalmente financiamento, crédito.
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Claudio Bier, afirmou que o novo aumento da Selic “pune o setor produtivo”. Por meio de nota, o dirigente afirmou que a solução passa por outros caminhos, como o governo controlar seus gastos.
“Essa escalada de juros precisa ter fim, não dá mais para tentar consertar a economia aumentando a taxa, o remédio está pesado demais”, destacou.
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